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Segurança | 07/08/2012 | 10:30

Policiais vão atuar no Batalhão de Choque

Especial de Amanda Tesman, do Jornal da Manhã

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Três policiais do 9º Batalhão de Polícia Militar de Santa Catarina serão deslocados a Florianópolis para atuar no Batalhão de Policiamento de Choque do Estado. O trio sobreviveu ao intenso treinamento do 2º Curso de Ações de Choque, desenvolvido por um mês na capital, e se formou, junto com outros 20 profissionais, na última terça-feira. Ontem, eles se apresentaram no Pelotão de Patrulhamento Tático (PPT) de Criciúma, em que permanecem até ser concedida a transferência, o que deve ocorrer nas próximas semanas.

De acordo com o comando da Polícia Militar, mais de 1.100 pessoas se inscreveram para participar da instrução. Destes, somente 40 foram selecionados. Porém, nem todos resistiram à exigente capacitação. O soldado Samuel Leonor, o sargento Rodrigo Panato Waterkemper e o soldado Douglas Sant’anna foram alguns que mantiveram a força e a determinação até o fim. “Foi bem árduo. É uma experiência que marca tão profundamente, que acho que nunca vou esquecer”, conta o choqueano Panato. “O curso foi difícil, uma batalha árdua. Temos que matar um leão por dia”, fala Sant’anna.

Os formados vão atuar por dois anos no Batalhão de Policiamento de Choque, em Florianópolis, que oferece apoio para todo o Estado em controle de distúrbios civis, intervenção em estabelecimentos prisionais e policiamento em praças desportivas. “Ir para a capital é importante, pois, às vezes, a gente faz o curso, volta para a unidade e acaba não colocando em prática o que aprendeu. Vai constar na ficha o curso, mas as técnicas ficarão adormecidas”, ressalta o Panato.

Conforme o sargento Panato e o soldado Samuel, a oportunidade de atuar no Choque surgiu justamente a partir do curso de formação. A experiência adquirida nos próximos dois anos na capital será levada para o resto da vida. “Por um lado estou com pesar de sair daqui, deixar a família e a vida que levo aqui. Mas na questão profissional, em poder ter contato com outra realidade e poder pôr em prática o que aprendi, é muito bom. Será por um período curto, vale a pena ir lá”, enfatiza Panato. “Vamos voltar com uma bagagem maior. Em uma instrução para os alunos soldados, com a experiência do Batalhão de Choque, vai agregar mais ao conteúdo. Sem a prática não teria o mesmo conhecimento”, observa.

Para conquistar uma vaga no Batalhão de Policiamento de Choque, os policiais militares tiveram que passar e, sobretudo, sobreviver a um intenso treinamento. Os choqueanos comentam que foram exigidos mais na primeira semana. Isto porque a instrução foi no meio da mata, com privação de sono e comida.

“No curso nada é feito por acaso, tudo tem uma explicação. Foram quatro semanas sacrificantes e desgastantes”, destaca Panato, acrescentando que nos primeiros dias aprenderam a sobreviver na mata, extraindo comida e bebida da natureza. “Os primeiros dias foram os piores”, recorda Samuel. “A primeira semana é para ver quem realmente quer participar”, observa o sargento.

Nas três semanas seguintes, o conteúdo ministrado envolveu teoria e prática, muito mais a segunda. As instruções foram ministradas por policiais do próprio Batalhão de Policiamento de Choque, do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), dos Bombeiros e do Exército Brasileiro.

Entre as disciplinas ministradas no período, destacam-se as técnicas e táticas de controle de distúrbios civis, patrulhamento urbano e rural, armamentos não-letais e tecnologia de baixa letalidade. “São técnicas que a gente já tem na escola de formação, mas não são tão aprofundadas”, relata Panato.

Os três princípios básicos do Curso de Ação de Choque são disciplina, autocontrole e resistência à fadiga. De Criciúma foram enviados quatro policiais, mas somente três se formaram. Um deles foi dispensado três dias antes da formatura.

O soldado Sant’anna teve um motivo especial para lutar e resistir até o fim. Ele fala que o Curso de Ações de Choque possibilitou a ele ficar mais perto da família. “O curso foi uma vitória para mim. Minha família é de Florianópolis, aqui em Criciúma eu ficava longe deles e do meu filho. O curso foi a oportunidade que encontrei de unir o útil ao agradável”, sublinha.

Sant’anna conta que, durante o treinamento, em vários momentos pensou em desistir, mas não se permitiu por pensar na família e também nas mensagens de apoio que recebia do ex-parceiro de radiopatrulha. “O Edno Dutra me apoiou e deu força, e quando me formei liguei para ele. Hoje estou realizando um sonho. Não vejo a hora de receber a transferência”, recorda.


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