Segurança | 11/07/2010 | 14:24
Venda de armas volta a crescer
Jornal Agora com informações de Vitor Abdala (Agência Brasil)
Compartilhar:
O número de armas de fogo vendidas no Brasil aumentou 70% desde a aprovação do comércio no referendo nacional de 2005. Segundo dados da Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados (DFPC) do Exército, obtidos pela Agência Brasil, em 2005 foram vendidas 68 mil armas. Já em 2009, esse número chegou a 116,9 mil.
Na consulta popular que completa cinco anos em 2010, ao todo 59 milhões de pessoas optaram por manter o comércio de armas de fogo, contra apenas 33 milhões que queriam a proibição. Os dados do Exército mostram que a venda de armas no país - reduzida 89% entre 2001 e 2004 devido ao estatuto - voltou a crescer depois do resultado.
O sociólogo Antonio Rangel Bandeira, especialista em controle de armas da organização não governamental Viva Rio lamenta o resultado. “O grande problema do crime é a arma pequena, que é comprada em loja ou roubada do cidadão de bem, que, por sua vez, comprou essa arma numa loja. Ao proibir o comércio, você fecharia uma das grandes fontes, para não dizer a maior fonte, que abastece a criminalidade de armas”, disse.
Já o assessor e ex-subdiretor de Fiscalização da DFPC, coronel Achiles Santos Jacinto Filho, minimiza o crescimento apresentado pelos números do Exército. Para ele, o crescimento nos últimos anos não foi tão expressivo. “O aumento, principalmente em 2008 e 2009, se deveu a alguns fatores como a autorização para que os policiais pudessem adquirir armas do calibre .40”, explica o militar.
CRESCIMENTO - Em 2001 foram vendidas 566,2 mil armas. Esse número caiu para 313,2 mil em 2002 e para 115,9 mil em 2003 (ano do estatuto), atingindo 63,6 mil no ano seguinte. Em 2005, o comércio começou a subir: 68 mil. E a trajetória de crescimento se manteve, com 81,2 mil em 2006, 92,7 mil em 2007 e 133,7 mil em 2008. Ou seja, dentre os cinco últimos anos, o setor foi aquecido em 70%. A Agência Brasil teve acesso ainda aos dados de armas importadas - exceto aquelas das Forças Armadas. E os números também demonstraram crescimento. Em 2009, foram vendidas 3,2 mil destas armas. Isto é quase três vezes mais do que em 2005, quando foram importadas 1,1 mil.